A recessão global fez com que o índice de desemprego aumentasse quase em todo o mundo e em quase todas as faixas etárias. Mas a crise foi mais dura para com os jovens, cujas taxas de desemprego aumentaram mais do que as dos adultos.
O modo pelo qual os jovens foram afetados parece ter a ver em parte com a severidade da crise em cada país, e em parte com as leis e práticas trabalhistas locais. Alguns dos jovens mais afetados estão nos países que têm mais proteções legais para os trabalhadores mais velhos.
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que inclui 29 países, na maioria ricos, divulgou um estudo esta semana sobre o desemprego juvenil, antes de uma reunião dos ministros do trabalho do Grupo dos 20 marcada para esta segunda-feira em Washington.
“Há atualmente quase 15 milhões de jovens desempregados nos países da OCDE, cerca de mais 4 milhões do que no final de 2007”, afirma o estudo, escrito por Stefano Scarpetta, Anne Sonnet e Thomas Manfredi, todos da sede da organização em Paris.
A maior taxa de desemprego de jovens – categoria que vai dos 15 aos 24 anos na maioria dos países, e dos 16 aos 24 em outros – está na Espanha, onde no último trimestre do ano passado o índice ficou em 39,6%, mais do que o dobro dos 19,1% de dois anos atrás. Para os adultos, a taxa aumentou de 7,4% para 16,9%.
A Espanha, assim como muitos países europeus, oferece proteção para aqueles que têm empregos fixos, um fato que levou alguns empregadores a expandirem as vagas temporárias, que fornecem menos benefícios. “A maioria dos empregos perdidos foram registrados entre os trabalhadores que tinham empregos temporários, muitos deles jovens”, diz o estudo.
As taxas de desemprego mostram a porcentagem de pessoas em idade ativa que estão desempregadas. Os jovens que ainda estão na escola são excluídos dessa conta. Assim como aqueles que abandonaram a escola e não estão procurando trabalho, mesmo que não o façam porque pensam que o esforço é inútil.
A exceção à essa tendência é a Alemanha, onde o desemprego dos jovens na verdade caiu para 10,3% no período de dois anos. O estudo atribuiu isso em parte a “um sistema bem sucedido de treinamento profissionalizante que assegura à maioria dos jovens uma transição relativamente fácil da escola para o mercado de trabalho.”
Nos Estados Unidos, o índice aumentou de 11,1% para 19,1%. Isso deixou os EUA com uma taxa um pouco maior do que a média de 18,4% dos 29 países.
Para a maioria das pessoas, diz o estudo, os efeitos do desemprego juvenil são temporários, e logo os jovens conseguirão empregos que ofereçam salários adequados. “Mas para os jovens menos favorecidos, que não tiveram uma educação básica, é difícil superar uma falha em sua primeira experiência no mercado de trabalho e isso pode expô-los a prejuízos a longo prazo.”
O estudo elogiou os esforços que estão sendo feitos em alguns países para oferecer treinamento profissionalizante aos jovens que saíram da escola e estão desempregados, mas alertou que o treinamento precisa fornecer aos jovens habilidades que possam ser usadas no mercado.
Tradução: Eloise De Vylder
Fonte: The New York Times – http://www.nytimes.com/
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