sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Partidos querem que TSE derrube regra que proíbe doação oculta

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil



Brasília - Os partidos DEM, PT e PSDB se uniram contra a tentativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de pôr fim às chamadas doações ocultas para financiamento de campanhas. A resolução do TSE, que está em consulta pública, pretende impedir a doação de recursos eleitorais que não permitam a identificação dos doadores e dos candidatos beneficiados.

Na ação, encaminhada hoje (4) ao Tribunal, os partidos alegam que a exigência de identificação dos doadores e de que candidatos receberam o dinheiro “é missão ingrata e impossível”.

“A captação de recursos de diversos doadores e os eventuais repasses a diversos donatários não se dá a um só tempo e em quantias coincidentes, de modo a possibilitar dizer qual candidato recebeu especificamente de qual doador”, afirmam na ação.

No documento, DEM, PT e PSDB também pedem mudanças na proposta do TSE de obrigar os partidos a criar uma conta bancária específica para movimentação de recursos de campanhas eleitorais. Pelas regras atuais, os candidatos e os comitês financeiros têm que ter contas para essa finalidade, mas não os partidos.

Para os autores da ação, a mudança contraria a Lei de Eleições ao tornar os partidos políticos “agentes de campanha eleitoral”, obrigados a prestar contas à Justiça Eleitoral.

Na contramão dos grandes partidos, o P-SOL encaminhou ao presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, uma manifestação de apoio às propostas. O partido argumenta que a iniciativa poderá “tornar mais transparentes as doações feitas aos candidatos no período eleitoral”.

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Por mais que, direita e esquerda representem, mais do que posições distintas no interior do espaço político, percepções distintas da disposição desse espaço político, as vezes, quando convém e pelas caracteristicas de contingência, esse campo de percepções torna-se esquizofrênico. Na disputa pela preservação da disposição do poder que favorece a ambos, direita e esquerda, ainda que provisoriamente, compõem um mesmo lado, como sugere a reportagem acima..

2 comentários:

  1. Hoje li uma fábula do Millôr Fernandes - dessas fábulas que encontramos na sessão infantil mas que serviria bem para boas reflexões adultas - bem, a moral da história era: "Cuidado quando a esquerda e a direita estão de acordo".

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  2. Olá, Jéssica

    Depois deixa o nome e/ou o link dessa fábula, fiquei curioso. Millôr Fernandes tem ótimas tiradas, por mais que nos últimos anos sua verve ande um tanto quanto inclinada, digamos, mais à direita. Abraços, seja bem-vinda.

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