sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Censura!


A psicanalista, Maria Rita Kehl, foi demitida pelo jornal O Estado de S. Paulo, depois de escrever um pequeno artigo - leia-o aqui - sobre a "desqualificação" dos votos dos pobres. Desqualificação essa posta em marcha e agitada pela própria impresa e, sobretudo, pelas chamadas "correntes" de email. O curioso é que essa imprensa, que demite por causa de divergência de opinião, é a mesma que esperneia aos quatros cantos sua suposta condição de ameaça de cerceamento e censura pelo governo Lula. 

Deve ser duro para O Estado de S. Paulo tem que engolir de uma só vez, por um lado, o fato inconteste de que agora "os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor", e que, por isso, votam em causa própria, raciocinam e agem segundo a defesa de seus interesses e, por outro, que intelectuais do porte de Maria Rita Kehl defendam as políticas sociais responsáveis por sua nova situação. A pressão de "baixo pra cima" que os mais pobres e os movimentos sociais exercem contra as elites se tornou, graças ao governo Lula, mais frequente, mais forte e, especialmente, assegurada como legítima e respaldada pelo governo. 

O poder sobre os "corações e as mentes" que a imprensa advoga como sua prerrogativa é cada vez mais questionado.  A ela resta, por meio de ações preconceituosas, autoritárias e falaciosas, tentar rebaixar as iniciativas dos mais pobres, perseguir aqueles que tentam pensar contra os preconceitos vigentes e conturbar e inventar crises para enfraquecer o governo em relação à sociedade.


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